A casa de Afrodite

Capparelli se isola do romance autofágico para reinstalar, nas prateleiras, o texto comunicativo, de linguagem direta e despachada nos momentos de ação, mas impregnada de lirismo nos momentos de introspeção. Reabre outro jogo já meio esquecido na ficção brasileira: o do entendimento instantâneo entre obra e público, unidos pelo fio perdido de uma história que empolga pelo que narra e não apenas pelo modo como narra. É assim que a reportagem investigativa de um jornalista já malvisto na redação por suas inconveniências políticas, pontuada pelas culpas de infância desse repórter, relembradas ante a cidadezinha serrana onde nasceu e para onde é forçado a voltar, ocupam de assalto a atenção do leitor, curioso por saber o que é a "Casa de Afrodite" e que relação ela teria com a suspeita da imprensa de que Mussolini não morreu e foi visto na serra gaúcha. Obra de um perito em comunicação, este romance convoca um mundo nada comum, em que a última Grande Guerra, a imprensa, os políticos, as cortesãs, os costumes da cidade e da serra se misturam com tamanha naturalidade que o leitor pode nem perceber o que nele há de arte-maior - a perfeita e tocante evocação dos traumas e pesadelos da infância, trançados com habilidade de tapeceiro persa à vida adulta do herói. É puxar esse fio e toda a destreza do tramado se revela. É também seguindo-o que se chega à Casa de Afrodite e seu segredo.


Autoria Capparelli, Sérgio - aut
Assuntos Mussolini, Benito
Romance
Ficção
Literatura brasileira
Editora L&PM
Tipo Livro
Ano c1993
Extensão 131 p.
ISBN 8525404268
Localização
821.134.3(81) C247.19ca 1993
Exemplares 1 exemplar(es)

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