Neste "ABC de Castro Alves", que define como uma "louvação", Jorge Amado mostra que sua relação com o "poeta dos escravos" não é apenas de admiração literária, mas de profunda identificação pessoal, tanto no plano estético como no político e ético. O autor não se limita a reconstituir, com talento e imaginação de ficcionista, a vida pública e privada do retratado, mas busca também fazer reverberar a potência de sua poesia, cujos motivos centrais são o amor e a liberdade. Jorge Amado nos mostra que há uma coerência entre a biografia do poeta e sua poesia. Seus amores intensos, sua ativa militância em prol da Abolição e da República, sua personalidade arrebatadora, tudo isso se traduz na veemência de seus versos. Escrevendo em 1941, momento crítico da Segunda Guerra, quando o Brasil ainda não entrara no conflito, o autor chama a atenção para o caráter engajado e libertário de Castro Alves. Nesse contexto se explicam as diatribes de Jorge Amado, nas notas, contra Machado de Assis e Mário de Andrade, vistos por ele como artistas que se esquivaram da luta política. Circunstâncias históricas à parte, ecoam nessas páginas as palavras mais calorosas do poeta que amou intensamente e conflagrou as ruas de Salvador, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo antes de morrer precocemente, aos 24 anos.
Autoria |
Amado, Jorge (1912-2001) - aut Camargo, Iberê (1914-1994) - ill Oliveira, Jordão de (1900-1980) - ill |
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Assuntos |
Castro, Alves Abolição da escravatura Republicanismo Biografia nacional Escritores e escritoras Poetas Política - Brasil |
Editora | Record |
Tipo | Livro |
Ano | 1983 |
Extensão | 327 p. |
Localização | 929(81) A474.03a 1983 |
Exemplares | 1 exemplar(es) |
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