Uma sociedade inteiramente organizada segundo princípios científicos, na qual a mera menção das antiquadas palavras "pai" e "mãe" produzem repugnância. Um mundo de pessoas programadas em laboratório, e adestradas para cumprir seu papel numa sociedade de castas biologicamente definidas já no nascimento. Um mundo no qual a literatura, a música e o cinema só têm a função de solidificar o espírito de conformismo. Um universo que louva o avanço da técnica, a linha de montagem, a produção em série, a uniformidade, e que idolatra Henry Ford. Essa é a visão desenvolvida no clarividente romance distópico de Aldous Huxley, constituem os exemplos mais marcantes, na esfera literária, da tematização de estados autoritários. Se o livro de Orwell criticava acidamente os governos totalitários de esquerda e de direita, o terror do stalinismo e a barbárie do nazifascismo, em Huxley o objeto é a sociedade capitalista, industrial e tecnológica, em que a racionalidade se tornou a nova religião, em que a ciência é o novo ídolo, um mundo no qual a experiência do sujeito não parece mais fazer nenhum sentido, e no qual a obra de Shakespeare adquire tons revolucionários. Entretanto, o moderno clássico de Huxley não é um mero exercício de futurismo ou de ficção científica. Trata-se, o que é mais grave, de um olhar agudo acerca das potencialidades autoritárias do próprio mundo em que vivemos.
Autoria |
Huxley, Aldous (1894-1963) - aut Vallandro, Lino - trl Vidal, Serrano (Tradutor) - trl |
---|---|
Assuntos |
Romance Ficção científica Distopia Autoritarismo (Totalitarismo) Política Genética Literatura inglesa |
Editora | Biblioteca Azul |
Tipo | Livro |
Ano | 2015 |
Extensão | 306 p. |
ISBN | 9788525056009 |
Localização | 821.111 H986.01a 2015 |
Exemplares | 1 exemplar(es) |
MARC | Visualizar campos MARC |