Ainda restam aveleiras

Estaria eu, naquela manhã, mais ou menos feliz do que nos outros dias? Não tenho a menor ideia, e a palavra felicidade não faz mais muito sentido para um homem de 74 anos. Em todo caso, a data permanece na minha memória: 15 de setembro. Uma terça-feira. Às 6h25, a sra. Daven, como chamo a governanta, entrou sem fazer ruído, sem mover o ar, e colocou a xícara de café sobre a mesa de cabeceira antes de se dirigir para a janela e puxar as cortinas. Vi logo que não havia sol, que o ar estava nublado, que talvez chovesse. Nós nos dissemos bom dia, simplesmente. Falamos pouco. Enquanto eu bebia um primeiro gole, ela guardou as roupas que eu tirara na noite anterior e eu, por minha vez, girei o botão do rádio para ouvir as notícias da manhã. São rituais. Eles se criaram pouco a pouco, e me seria bem difícil saber por que nós os seguíamos religiosamente.


Autoria Simenon, Georges (1903-1989) - aut
Portocarrero, Celina - trl
Coleções L&PM Pocket
Assuntos Morte
Literatura belga
Romance
Ficção
Velhice
Editora L&PM
Tipo Livro
Ano 2009
Extensão 170 p.
ISBN 9788525418784
Localização
821.133.1(493) S589.07ai 2009
Exemplares 1 exemplar(es)
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