Bordados

Os almoços de família na casa da avó de Marjane Satrapi, em Teerã, terminavam sempre com o mesmo ritual: enquanto os homens iam fazer a sesta, as mulheres lavavam a louça. Logo depois, começava uma sessão cujo acesso só era permitido a elas — o "bordado", tema deste que é o terceiro livro de Satrapi publicado pela Companhia das Letras. Os leitores de "Persépolis" reconhecerão aqui as marcas registradas da autora: o humor cortante, o traço simples em preto e branco, o feminismo mordaz, jamais patrulheiro. O "bordado" iraniano seria equivalente ao brasileiríssimo "tricô", não fosse uma acepção bastante particular: a expressão designa também a cirurgia de reconstituição do hímen, uma decisão pragmática para as mulheres que não renunciam a ter vida sexual antes do casamento, mas sabem que precisam corresponder às expectativas das forças moralistas do país. O grupo que se reúne na casa da avó de Marjane, a mesma que conhecemos em "Persépolis", é uma amostra de mulheres com moral e experiência bastante variadas, mas sempre às voltas com o machismo e a tradição, sobretudo depois da Revolução Islâmica (1979). Casamentos malfadados, virgindades roubadas, adultérios, frustrações, golpes e autoenganos, narrados com a ironia tão peculiar à autora, mostram que no Irã amar e desamar pode ser ainda mais complicado do que podemos supor.


Autoria Satrapi, Marjane - aut
Werneck, Paulo - trl
Assuntos Literatura francesa
História em quadrinhos
Machismo
Revolução Islâmica do Irã - 1979
Islamismo
Feminismo
Bordado
Editora Quadrinhos na Cia.
Tipo Livro
Ano 2021
Extensão [136] p.
ISBN 9788535916218
Localização
741.5 S253b 2021
Exemplares 1 exemplar(es)
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