Não há dúvida que estes originais de "Chuva miúda" nos põem em contato com uma escritora hábil. A considerar a informação recebida, esta chuva é primogênita, cai para revelar uma vocação nascente. Curioso que já caia próvida e copiosa, numa área de terreno literário geralmente árido: o do conto. A linguagem flui sem artifícios, talvez um pouco largada pelo virtuosismo. É essa espontaneidade e fluidez o melhor ingrediente da boa prosa. Não quer dizer que o milagre fácil do jato verbal, saboroso e vivo, não necessite desse paciente trabalho do artífice que retoca o metal saído do molde. São as rebarbas e ranhuras que na obra de arte fundida pelo escultor, que quer em bronze sua estátua, pedem o trabalho sábio do retoque. Às vezes até entra a lima para recompor a forma que o polegar pouco diligente não moldou perfeita. Todos os motivos — os mais cotidianos — prestam-se para o conto. O resto é sentido de proporção, talento e esforço. Tais elementos não faltam à Mila Cauduro de "Chuva miúda." O que resta fazer é apenas apurá-los.
Autoria |
Cauduro, Mila (1916-2011) - aut |
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Assuntos |
Literatura gaúcha / Literatura sul-rio-grandense Contos Ficção Antologia Literatura brasileira |
Editora | Globo |
Tipo | Livro |
Ano | [1957] |
Extensão | 118 p. |
Localização | ACERVO HISTÓRICO 821.134.3(816.5) C371c 1957 |
Exemplares | 1 exemplar(es) |
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