Depois do banquete

Kazu passeava pelo parque todas as manhãs. Sempre que o fazia chamava a atenção do jardineiro para qualquer aspecto particular. Algumas das suas observações eram justificadas; outras eram menos, mas faziam parte da sua rotina cotidiana (de diretora do restaurante Retiro) e contribuíam para o seu bom-humor; por isso, o velho e experiente jardineiro não ousava contradizê-la. Kazu percorria o jardim, não sendo casada, encontrava nisso um perfeito prazer físico e uma ocasião para meditar em completa liberdade. Durante todo o dia, tagarelava, cantava: nunca estava só. Apesar de estar habituada a receber visitantes, acabava por ficar fatigada. O seu passeio matinal provava-lhe que o seu coração apaziguado já não estava perturbado pelo amor. "O amor já não atrapalha a minha existência." Enquanto admirava como os raios de um sol esplêndido, que passavam entre as árvores ainda mergulhadas na bruma, faziam realçar o verde do musgo que atapetava o seu caminho, Kazu sentia-se penetrada por esta verdade um pouco melancólica. Estava desde há muito tempo afastada dos pensamentos do amor. A recordação do seu último amor já ia longe. "Depois do banquete" (publicado em 1960) revela o traço sutil de Yukio com humor e malícia, dominando uma narrativa linear, sem recortes bruscos e com retornos ao passado. Suas personagens e histórias desenvolvem um Japão contemporâneo, juntando a beleza clássica com uma expressão moderna.


Autoria Mishima, Yukio (1925-1970) - aut
Pedroso, Vera Neves (1933-1981) - trl
Assuntos Literatura japonesa
Romance
Ficção
Usos e costumes - Japão
Editora Edinova
Tipo Livro
Ano 1968
Extensão 203 p.
Localização
821.521 M678.25d 1968
Exemplares 1 exemplar(es)
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