Não devemos nos espantar diante de um caráter voluntariamente oral destas páginas; do movimento contínuo do pensamento que obriga o leitor a prestar uma constante atenção; e do seu ritmo, em que cada ponto e parágrafo marcam uma pausa para o leitor poder refletir e organizar uma reação esperada. É por esta dialética da continuidade (no fluxo da fala) e da descontinuidade (nas pausas da reflexão) que se pode educar para responder aos desafios de uma sociedade em trânsito. Porém, a oralidade de Paulo Freire não expressa só o seu estilo pedagógico. Revela, sobretudo, o fundamento de toda a sua práxis: a certeza de que o homem foi criado para se comunicar com os outros. Em Educação como prática da liberdade, o cristão militante que é Paulo Freire se permite falar em liberdade, em democracia e em justiça porque crê nestas palavras e no seu poder libertador, à medida que encarnam sua fé inteira. A palavra, acredita, pode deixar de ser o veículo das ideologias alienantes e de uma cultura ociosa para se tornar geradora, isto é, instrumento de uma transformação global do homem e da sociedade. Para tanto, propõe um diálogo — sempre a partir da reflexão social — que não deixa ninguém à margem da vida nacional. Educação e política se fundem. Neste livro, Paulo é, como poucos, porta-voz daqueles que precisam elaborar criticamente a própria conscientização.
Autoria |
Freire, Paulo (Educador) (1921-1997) - aut |
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Assuntos |
Educação - Brasil Alfabetização - Crianças Alfabetização de adultos Filosofia da educação |
Editora | Paz e Terra |
Tipo | Livro |
Ano | 1982 |
Extensão | 150 p. |
Localização | 37 F866.16ec 1982 |
Exemplares | 1 exemplar(es) |
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