Em "Fazenda modelo: novela pecuária": Chico Buarque tece uma alegoria sobre a sociedade dos homens — falando, no entanto, exclusivamente de bois e vacas. Trata-se de uma parábola sobre o poder, a respeito das formas de dominação social sobre o rebanho humano. E a forma de dominação mais radical é usurpar do indivíduo — sempre em nome dos mais santos princípios — qualquer possibilidade de assumir seu próprio destino pessoal. A Fazenda modelo é uma comunidade bovina que começa a crescer e que se vê — através da liderança mansa do boi Juvenal, o bom — submetida a um processo radical de transformação, de "progresso": em que tudo que era natural é considerado "atrasado" ou "pecado" e passa a ser cientificamente regulado. Destroem-se todas as formas de auto-regulação do indivíduo, desde as alimentares até as sexuais: a procriação na Fazenda Modelo estava garantida através da inseminação artificial — do banco de espermas do touro Abá, o Grande Reprodutor. Juvenal abolira o relacionamento sexual do rebanho, totalmente voltado à reprodução. E o filho de Abá, Lubino, deveria suceder o pai nessa gloriosa tarefa de "rapador" da Fazenda Modelo.
Autoria |
Buarque, Chico - aut |
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Assuntos |
Fábulas Literatura brasileira Romance Ficção |
Editora | Círculo do Livro |
Tipo | Livro |
Ano | [199-?] |
Extensão | 135 p. |
Localização | 821.134.3(81) B917.03f 1990 |
Exemplares | 1 exemplar(es) |
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