O principal personagem dos romances de Knut Hamsun é o próprio autor refletido em várias projeções de si mesmo. De seu sofrimento — e como conheceu ele todas as gamas e cores do infortúnio! — extraiu o sentido e a filosofia, bem como o enredo e a história dos livros que escreveu. Em "Fome" se encontra especialmente o escritor confundido com o seu personagem. Tudo quanto ele define aquele intelectual — suas aspirações e amores, seus sonhos e descrenças, suas alegrias e choques — aparece nesse romance de fato sedutor, na verdade único, em que o pobre diabo se apresenta aos nossos olhos não como uma criatura caída em abjeção, em dissolvência moral, mas como alguém de quem se deve compadecer e lastimar e, ao mesmo tempo, admirar ou até mesmo invejar. Foi o exercício da vagabundagem — no caso um fecundo laboratório em que o romancista colheu as suas experiências dos homens e do mundo para definir a sua própria personalidade — que permitiu a Knut Hamsun apreender numa visão ampla, perfeita e otimista os enigmas da vida, compreendendo-os em sua extensão e profundidade. A história do livro envia-nos para dentro do monólogo interior de um jovem escritor, que vagueia pela cidade de Kristiania (atual cidade de Oslo). Acompanhamos o protagonista ao longo da sua errância pela cidade, testemunhando a miséria em que vive e todos os seus delírios e alterações de humor resultantes da sua fome e desespero.
Autoria |
Hamsun, Knut (1859-1952) - aut Nettum, Rolf Nyboe (1919-2010) - aui Lambert, George (1873-1930) - ill Andrade, Carlos Drummond de (1902-1987) - trl |
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Coleções |
Biblioteca dos Prêmios Nobel de Literatura patrocinada pela Academia Sueca e pela Fundação Nobel |
Assuntos |
Literatura norueguesa Romance Ficção Fome Desigualdade social - Noruega |
Editora | Opera Mundi |
Tipo | Livro |
Ano | 1973 |
Extensão | 247 p. |
Localização | 821.113.5 H232.08fom 1973 |
Exemplares | 1 exemplar(es) |
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