Os talentos de Chico Buarque e Paulo Pontes se reuniram para revitalizar o texto clássico de Eurípedes, escrito quase meio milênio antes de Cristo, submetendo-o a uma injeção de nossa realidade urbana. Joana, mulher madura, sofrida, moradora de um conjunto habitacional apaixona-se pelo sambista Jasão, que desponta para o sucesso com uma música chamada "Gota d’água". Creonte é o todo-poderoso do local, dono das casas, muito rico, o poder corruptor por excelência. Alma, sua filha, é uma burguesinha metida. O coro tradicional dos gregos é, nesta obra, composto pelas vizinhas de Joana: enquanto lavam roupa, desenrolam o fio da história, que culmina em tragédia. A Tragédia original versa sobre o amor da maga Medéia pelo herói Jasão. Ela foge com ele, tornando-se sua mulher e dando-lhe dois filhos. Mais tarde, Jasão, por conveniência, abandona-a para desposar a filha de Creonte, rei de Corinto. MEdéia, como vingança, provoca a morte da noiva graças a seu poder de magia e — auge da tragédia — mata às duas crianças, preparando, com a carne delas, uma comida que serve a Jasão. Paulo Pontes e Chico Buarque souberam reconhecer o perene na tradição, transportando os valores que ela contém ao tempo que vivemos. Se "Medéia" é uma história de reis e feiticeiros, "Gota d’água" é uma história de pobres e macumbeiros.
Autoria |
Buarque, Chico - aut Pontes, Paulo (1940-1976) - aut Vianna Filho, Oduvaldo (1936-1974) - aut |
---|---|
Coleções |
Teatro hoje |
Assuntos |
Roteiros teatrais Ficção Literatura brasileira |
Editora | Civilização Brasileira |
Tipo | Livro |
Ano | 1977 |
Extensão | 168 p. |
Localização | 821.134.3(81) B917.03g 1977 |
Exemplares | 1 exemplar(es) |
MARC | Visualizar campos MARC |