No epicentro desta história está a construção do Palácio Nacional de Mafra, também conhecido como "Convento". O monarca absolutista D. João V, cumprindo uma promessa, ordenou que o edifício fosse erguido no início do século XVIII, em pleno processo colonial, à custa de uma imensa quantidade de ouro e diamantes vindos do Brasil, além do sangue de milhares de operários. Dentre eles, havia um certo Baltasar, da estirpe de Sete-Sóis, inválido da mão esquerda depois de uma guerra, apaixonado por Blimunda, uma jovem dotada de poderes extraordinários. Indivíduos habitualmente não observados pela dita história oficial, mas que, no entanto, constituem seu tecido mais delicado e essencial. "Memorial do Convento" — publicado pela primeira vez em 1982 — tornou o português José Saramago um nome internacionalmente aclamado da literatura contemporânea, graças à mistura entre narrativa histórica e história individual. Embora esteja firmemente assentado na tradição da melhor ficção de seu país, a obra cativaria leitores das mais diversas culturas. Como em outras obras do autor, a finíssima ironia na observação de fatos históricos e o elegante tecido ficcional estão a serviço de uma fabulação sempre brilhante, moderna e criticamente devastadora do ponto de vista social. O resultado é um romance sobre o embate entre a dureza do individualismo e a delicadeza dos sonhos coletivos. Com sua abordagem absolutamente inovadora do romance histórico — um gênero que já esteve a serviço dos heróis nacionais e suas poses engessadas —, este "Memorial do Convento" recupera as ilusões, fantasias e aspirações de um Portugal que se quis grande e eterno, ainda que frágil e delicado.
Autoria |
Saramago, José (1922-2010) - aut |
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Assuntos |
Literatura portuguesa Romance histórico |
Editora | Companhia das Letras |
Tipo | Livro |
Ano | 2017 |
Extensão | 405 p. |
ISBN | 9788535923094 |
Localização | 821.134.3 S243.10me 2017 |
Exemplares | 1 exemplar(es) |
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