Luiz Airton Farias Bastos havia decidido não mais atender pelo nome de batismo — agora, era a Nega Lu. A despeito da condição de "preto, pobre e puto" (como se autodefinia, com amarga ironia), encontrou lugar na paisagem urbana. "Onde a gente ia, lá estava a Nega Lu", sublinha Tânia Carvalho. "Uma lady de voz grave e barba malfeita", na definição de Renato Del Campão, cantava em corais sinfônicos, aprendia balé clássico e marcava presença em vernissages, shows no Araújo Vianna e concertos no Salão de Atos, além de bater ponto na Esquina Maldita. "Comíamos sanduíche aberto e discutíamos Godard e Fellini à mesa do bar, enquanto a Nega Lu passava de peito estufado, bordando movimentos no espaço como um ser esvoaçante", retrata a Magra Jane. E complementa: "Quando via que o ambiente estava ficando sério ou pesado, soltava uma piada com aquele vozeirão e já saía. Preferia dar seu show de loucuras na calçada".
Autoria |
Teixeira, Paulo César - aut |
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Assuntos |
Nega Lu Biografia nacional Travestis Transexuais Boemia - Porto Alegre (RS) |
Editora | Libretos |
Tipo | Livro |
Ano | c2015 |
Extensão | 179 p. |
ISBN | 9788555490040 |
Localização | 929(81) N384n 2015 |
Exemplares | 1 exemplar(es) |
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