Um homem vai ao rei e lhe pede um barco para viajar até uma ilha desconhecida. O rei lhe pergunta como pode saber que essa ilha existe, já que é desconhecida. O homem argumenta que assim são todas as ilhas até que alguém desembarque nelas. Este pequeno conto de José Saramago pode ser lido como uma parábola do sonho realizado, isto é, como um canto de otimismo em que a vontade ou a obstinação fazem a fantasia ancorar em porto seguro. Antes, entretanto, ela é submetida a uma série de embates com o status quo, com o estado consolidado das coisas, como se da resistência às adversidades viesse o mérito e do mérito nascesse o direito à concretização. Entre desejar um barco e tê-lo pronto para partir, o viajante vai de certo modo alterando a ideia que faz de uma ilha desconhecida e de como alcançá-la, e essa flexibilidade com certeza o torna mais apto a obter o que sonhou. Nesse movimento de tomar distância para conhecer está gravado o olho crítico de José Saramago, cujo otimismo parece alimentado por raízes que entram no chão profundamente. Inédito em livro, "O conto da ilha desconhecida" é ilustrado por oito aquarelas de Arthur Luiz Piza.
Autoria |
Saramago, José (1922-2010) - aut Piza, Arthur Luiz (1928-2017) - ill |
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Assuntos |
Literatura portuguesa Romance Contos |
Editora | Companhia das Letras |
Tipo | Livro |
Ano | c2011 |
Extensão | 63 p. |
ISBN | 9788571648494 |
Localização | 821.134.3 S243.10co 2011 |
Exemplares | 1 exemplar(es) |
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