As histórias reunidas em "O general está pintando" se inserem na linha que orienta toda a ficção deste inquietante pernambucano, a do desnudamento da árdua condição do homem nordestino, sufocado por limitações geográficas e sociais avassaladoras, desnudamento esse, porém, que não se restringe à dimensão regional, mas alcança proporções mais amplas ao fixar os pequenos dramas do cotidiano e da existência sofrida que é, eternamente, a de todos os homens. Tendo como palco uma pequena cidade do nordeste, com seu peculiar colorido folclórico, os personagens — que o leitor encontra-rá mais de uma vez ao percorrer as várias histórias — vivem episódios que não se podem qualificar senão de fantásticos. São situações inusitadas, que o recurso ao mágico é constante, e que dão a cada novela seu impacto mais violento, justamente por estarem intimamente mescladas com a realidade banal do dia-a-dia. Esse realismo fantástico, que ora se manifesta puramente maravilhoso e ora chega às raias do grotesco, é a forma que o autor encontrou para apresentar um estado de coisas num mundo desencontrado, repleto de contrastes chocantes e absurdos inexplicáveis.
Autoria |
Borba Filho, Hermilo (1917-1976) - aut |
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Coleções |
Sagitário |
Assuntos |
Cotidiano - Região Nordeste (Brasil) Literatura brasileira Contos Ficção Folclore |
Editora | Globo |
Tipo | Livro |
Ano | c1973 |
Extensão | 136 p. |
Localização | 821.134.3(81) B726.06g 1973 |
Exemplares | 1 exemplar(es) |
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