Em 2004, ao voltar de uma viagem à Floresta Amazônica — local que ele já visitara mais de cinquenta vezes por conta do trabalho de pesquisa que desenvolve no rio Negro —, Drauzio sentiu-se mal, teve febre e, após alguns dias de teimosia obstinada, aceitou interromper o atendimento no consultório e repousar. Pouco depois, foi internado. Conforme aumentavam a febre e o mal-estar, aumentavam também as incertezas quanto ao diagnóstico. Acompanhando de perto a angústia dos colegas, o doente viu-se na desconfortável posição de entender melhor que um paciente comum a gravidade de seu caso. Nem mesmo a descoberta de que se tratava de uma febre amarela trouxe alento: a enfermidade não tem cura, é preciso deixá-la seguir seu curso e torcer para que o corpo resista e se recupere. Enfraquecido, com a mente embaralhada pela doença e pela morfina, e vendo a piora de sua situação no semblante preocupado dos médicos, Varella passou a considerar seriamente a possibilidade de que estava com os dias contados. Neste relato, ele narra a experiência com olhar clínico, cirúrgico. Desmontando lugares-comuns e mitos sobre o que sente quem chega à beira da morte, Drauzio Varella extrai do ocorrido não um entendimento superior ou gosto renovado pela vida. Da cama de hospital ele volta à infância, aos caminhos que o levaram à profissão, e transforma o episódio em mais um capítulo do longo exercício da prática da medicina.
Autoria |
Varella, Drauzio - aut |
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Assuntos |
Varella, Drauzio Autobiografia Febre Amarela Morte Medicina Biografia nacional Médicos |
Editora | Companhia das Letras |
Tipo | Livro |
Ano | 2008 |
Extensão | 129 p. |
ISBN | 9788535911497 |
Localização | 929(81) V293m 2008 |
Exemplares | 1 exemplar(es) |
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