A partir de 1960, o furor trotskista de Paulo Francis se desviaria para outro foco, de alcance muito mais amplo: a política. "Como não reagir a Jânio Quadros?" foi o mote que justificou seu engajamento na crônica política. Esquerdista que, como raros esquerdistas, tinha lido a fundo as obras de Marx, Engels e seus seguidores russos, franceses e estadunidenses, Francis não apoiava nem mesmo João Goulart, cuja "república sindicalista" estava sob vigilância das Forças Armadas. Apostava mesmo era no cunhado de Jango, Leonel Brizola, que seria o único capaz de "galvanizar as massas" em direção ao socialismo tropical. Esse raciocínio pode ser visto na primeira e menor parte, "Política", deste seu primeiro livro, "Opinião pessoal", de 1966. A segunda parte do livro, "Cultura", é que ainda vale a pena. Ali estão alguns dos melhores artigos de Francis. Há neles um tom ensaístico, mas nada professoral – ainda que longe da descontração que soltaria com o Pasquim alguns anos mais tarde –, que, em simultâneo, torna acessíveis assuntos como Shakespeare e Brecht e acrescenta pontos de vista atraentes para os especialistas mais empedernidos.
Autoria |
Francis, Paulo (1930-1997) - aut |
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Coleções |
Vera Cruz |
Assuntos |
Tchekhov, Anton Pavlovich Camus, Albert Brecht, Bertolt Goulart, João (Jango) Rebelo, Marques Huxley, Aldous Guarnieri, Camargo Bentley, Eric Fellini, Federico Shakespeare, William Greene, Graham (Escritor) Fergusson, Francis Faulkner, William Rodrigues, Nelson Amado, Jorge Música popular Crítica literária Teatro Política - América Latina Cultura Golpes de Estado - Brasil Socialismo Música brasileira Literatura Ditadura militar Ensaios |
Editora | Civilização Brasileira |
Tipo | Livro |
Ano | c1966 |
Extensão | 236 p. |
Localização | 82.09 F819o 1966 |
Exemplares | 1 exemplar(es) |