Opinião pessoal: (cultura e política)

A partir de 1960, o furor trotskista de Paulo Francis se desviaria para outro foco, de alcance muito mais amplo: a política. "Como não reagir a Jânio Quadros?" foi o mote que justificou seu engajamento na crônica política. Esquerdista que, como raros esquerdistas, tinha lido a fundo as obras de Marx, Engels e seus seguidores russos, franceses e estadunidenses, Francis não apoiava nem mesmo João Goulart, cuja "república sindicalista" estava sob vigilância das Forças Armadas. Apostava mesmo era no cunhado de Jango, Leonel Brizola, que seria o único capaz de "galvanizar as massas" em direção ao socialismo tropical. Esse raciocínio pode ser visto na primeira e menor parte, "Política", deste seu primeiro livro, "Opinião pessoal", de 1966. A segunda parte do livro, "Cultura", é que ainda vale a pena. Ali estão alguns dos melhores artigos de Francis. Há neles um tom ensaístico, mas nada professoral – ainda que longe da descontração que soltaria com o Pasquim alguns anos mais tarde –, que, em simultâneo, torna acessíveis assuntos como Shakespeare e Brecht e acrescenta pontos de vista atraentes para os especialistas mais empedernidos.


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