Os conturbados anos de 1960 caracterizam-se por uma contestação aos mais arraigados princípios e valores da tradição ocidental. Em sua esteira, uma efetiva revolução não só comportamental como social propagou-se por todo o seu âmbito, tendo como promotor e agente principal o jovem. A juventude recusava-se a aceitar os valores e as regras recebidos e a ela impostos. O que dizer, como agir, aonde ir, tornaram-se objeto da sua confrontação com o status quo, o que se traduziu de maneira visível tanto em procedimentos culturais e intelectuais, quanto nas formas desafiadoras do seu rock "vestimental e capilar" e nos atrevimentos de sua linguagem oral. Tal é o contexto em que ocorreram, e em que se expressaram — os primeiros textos teatrais do escritor, roteirista e encenador Peter Handke. As "Sprechstücke", "Peças faladas", como ele as denominou, falam por si mesmo desse testemunho cênico. Às vezes é chamado "anti-play" devido a sua renúncia à teatralidade. Foi originalmente publicado em alemão sob o título "Publikumsbeschimpfung" (que se traduz melhor como "Insultando o Público") em 1966. Estreou em junho de 1966. Na obra não há enredo. Nenhuma história está sendo contada. Em vez disso, o público fica ciente de que o que vê não é uma representação de qualquer outra coisa, mas é, na verdade, bastante literal. Os atores repetem continuamente o ponto de que isto não é uma peça e nada teatral acontecerá. As primeiras linhas da apresentação são "De nada. Esta peça é um prólogo". Um prólogo, isto é, para todas as futuras apresentações teatrais.
Autoria |
Signeu, Samir - aui - trl - org |
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Coleções |
Textos (Perspectiva) |
Assuntos |
Handke, Peter Literatura austríaca Roteiros teatrais Crítica literária |
Editora | Perspectiva |
Tipo | Livro |
Ano | 2015 |
Extensão | 238 p. |
ISBN | 9788527310307 |
Localização | 82.09 P478 2015 |
Exemplares | 1 exemplar(es) |
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