Após "Morra, amor" e "A débil mental", a argentina Ariana Harwicz conclui a "trilogia da paixão" com um romance perturbador sobre mãe e filho adolescente que levam uma vida marginal, em uma narrativa em que a angústia e a loucura desempenham um papel central. Em um ambiente rural, mãe e filho levam a vida no limite — do amor, da obsessão e da indigência. Caçam, vasculham o lixo, vagam pelas ruas, são perseguidos por policiais e assistentes sociais. A mulher, embora dependente do amante casado que a rejeita, é também a mãe obstinada que teme perder o filho, o qual vê rapidamente se transformar em homem. Nessa relação ambígua, a distorção na estrutura familiar tradicional questiona os papéis conferidos à mulher pela sociedade, sobretudo aquele ligado à maternidade: "Mas agora me beija e nos desfazemos, não mãe e filho, dois clandestinos que se cruzam numa parada, dois aturdidos no alto de um refúgio, dois punks que atravessam a Europa comendo do lixo público, na França, na Alemanha, na Itália, os lixos cheios, sanduíches mordidos". Precoce foi publicado originalmente em 2016 e fecha a chamada "trilogia da paixão", onde Ariana Harwicz contesta a imagem beatífica da maternidade e escancara, como ela mesma afirma, o sinistro e o belo do vínculo entre mãe e filho, marcado por pulsões carnais e pelo tabu do incesto. No mundo ficcional cruel e poético de Harwicz, o amor é desequilibrado, movido por desejo e violência.
Autoria |
Harwicz, Ariana - aut Angiolillo, Francesca - trl |
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Coleções |
Trilogia da paixão (Ariana Harwicz) |
Assuntos |
Literatura argentina Romance Ficção Pais e filhos Maternidade Incesto |
Editora | Instante |
Tipo | Livro |
Ano | c2021 |
Extensão | 68 p. |
ISBN | 9786587342177 |
Localização | 821.134.2(82) H343t v.3 2021 |
Exemplares | 1 exemplar(es) |
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