Com grande habilidade em casar ficção e história, Miguel Sousa Tavares faz neste seu segundo romance uma crítica a tudo o que tolhe a liberdade, seja no plano mais íntimo ou nos vastos territórios da política e da sociedade de uma maneira geral. A narrativa, que conta a história de três gerações da família Ribera Flores, se inicia em 1915 com a primeira República Portuguesa e os embates com os monarquistas, percorrendo os principais acontecimentos políticos, sociais e culturais que marcaram Portugal, Espanha, Alemanha e o Brasil até o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Filhos do monarquista e grande proprietário de terras alentejano Manuel Custódio, Diogo e Pedro protagonizam polos opostos no seio familiar, mas que são reflexos dos acontecimentos externos. O primeiro, intelectual e absolutamente contrário aos totalitarismos, quer a mudança e decide deixar a mulher, as terras do clã e Portugal salazarista para começar vida nova ao lado de uma mulata numa fazenda no Vale do Paraíba, no Brasil, em pleno Estado Novo. Pedro, no entanto, quer assegurar a permanência de sua posição de latifundiário. "Tu podes fazer este papel porque está alguém aqui a manter as coisas", diz a Diogo. Chega a aderir à União Nacional e lutar ao lado dos franquistas na Guerra Civil Espanhola. Por meio de uma prosa envolvente e rica em detalhes, o autor traça, através da história dos Ribera Flores — com suas tradições, histórias de amor e rupturas —, um grande painel que comporta as principais contradições e acontecimentos da primeira metade do Século XX.
Autoria |
Tavares, Miguel Sousa - aut |
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Assuntos |
Literatura portuguesa Romance histórico Política - Brasil - Portugal - Espanha Segunda Guerra Mundial - 1939-1945 |
Editora | Companhia das Letras |
Tipo | Livro |
Ano | c2008 |
Extensão | 623 p. |
ISBN | 9788535912234 |
Localização | 821.134.3 T231.13r 2008 |
Exemplares | 1 exemplar(es) |
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