No sertão de Sergipe, perto da fronteira com a Bahia, aos treze anos incompletos a órfã Tereza Batista é vendida pela tia a um fazendeiro pedófilo e brutal. Depois de estuprá-la, ele a mantém cativa em sua propriedade. Amadurecida precocemente, e do modo mais doloroso, a menina se tornará uma mulher valente e decidida. Tereza Batista é sem dúvida uma das mais fascinantes heroínas de Jorge Amado, talvez a mais completa e complexa, que reúne os atributos de todas as outras. As peripécias dessa heroína que "tinha aversão a badernas", que "não tolerava ver homem bater em mulher" são contadas por várias vozes. Um funcionário público, um pai-de-santo, a célebre ialorixá Mãe Senhora e até o poeta Castro Alves, retornado do mundo dos mortos, ajudam a relembrar e exaltar os feitos da protagonista. Um dos mais notáveis deles - ter comandado as meretrizes de uma cidade no combate a uma epidemia - é narrado à maneira de um romance de cordel. Em outro episódio, ela lidera uma greve de prostitutas em Salvador. Em um terceiro, nocauteia um homem num cabaré de Aracaju depois de vê-lo bater na amante. Escrito em 1972, quando Jorge Amado tinha sessenta anos, "Tereza Batista cansada de guerra" atesta a maestria desenvolvida pelo escritor baiano ao longo de quatro décadas de literatura. No conjunto de seus romances, destaca-se como um dos mais vigorosos do ponto de vista político - fato ainda mais notável por ter surgido no auge da ditadura militar - e um dos mais ousados no terreno do erotismo.
Autoria |
Amado, Jorge (1912-2001) - aut Oliveira, Jordão de (1900-1980) - ill Calasans Neto (1932-2006) - ill |
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Assuntos |
Sequestro / Cárcere Crime sexual (Estupro) Pedofilia Literatura de cordel Literatura brasileira Romance Ficção |
Editora | Record |
Tipo | Livro |
Ano | 1983 |
Extensão | 421 p. |
Localização | 821.134.3(81) A481.10tere 1983 |
Exemplares | 1 exemplar(es) |
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