Com seu livro incômodo (pela natureza do tema), ambientado num dos campos da morte do regime nazista, pouco diferente dos campos de extermínio da União Soviética (exceção, talvez, dos fornos crematórios?). Jorge Semprún navega no rio da memória para celebrar um belo domingo que, afinal, nada mais é do que a vitória da vida sobre a barbárie da morte programada como método de higiene social. Sobre a persistência da memória, o autor do romance reconhece: "a memória é o melhor recurso, mesmo que pareça paradoxal à primeira vista. O melhor recurso contra a angústia da lembrança, contra a solidão completa, contra a loucura familiar e surda. A loucura criminosa de viver a vida de um morto". A pretexto de relatar seu confinamento no campo de concentração de Buchenwald, entre 1943 e a libertação dos prisoneiros às vésperas do final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, Semprún faz novamente um acerto de contas, menos demolidor do que Federico Sanchez, com o seu passado de stalinista convicto. O relato de sua passagem pelo inferno de Buchenwald já havia sido feito em "A longa viagem", mas após ler "Um dia na vida de Ivan Denissovitch", de Alexander Soljenitzyn (sobre um prisioneiro de um gulag soviético), o romancista espanhol sentiu necessidade de reescrever sua experiência no campo de concentração nazista.
Autoria |
Semprún, Jorge (1923-2011) - aut Rodrigues, Aulyde Soares - trl |
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Assuntos |
Literatura espanhola Romance Ficção Segunda Guerra Mundial - 1939-1945 Campos de concentração - Nazismo |
Editora | Nova Fronteira |
Tipo | Livro |
Ano | 1982 |
Extensão | 386 p. |
Localização | 821.134.2 S473.10b 1982 |
Exemplares | 1 exemplar(es) |
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