Quando a escritora Clarice Lispector terminou “Um sopro de vida”, às vésperas de sua morte, por câncer, em 1977, sabia que este seria o seu livro definitivo. O livro era de fato o sopro de vida de Clarice, que precisava escrever para se sentir viva. Na história, ela fala de um homem aflito que criou uma personagem, Angela Pralini, seu alter-ego. Mas ora ele não se reconhecia em Angela, porque ela era o seu avesso, ora odiava visceralmente o que via refletido naquela estranha personagem-espelho. O autor elabora Angela Pralini, mas ela toma vida própria, surpreendendo e revoltando seu criador com suas diferenças. Um processo de criação, uma relação em que Clarice Lispector revela os conflitos de um autor com seus próprios impulsos e o quanto é doloroso aceitá-los e deixá-los fluir. Ainda que estes impulsos se realizem através de uma personagem, Angela Pralini, criada para libertar o autor de seus fantasmas, cumpre o destino de ser o sopro de vida de um escritor.
Autoria |
Lispector, Clarice (1920-1977) - aut |
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Assuntos |
Morte Romance Ficção Literatura brasileira |
Editora | Círculo do Livro |
Tipo | Livro |
Ano | [1983?] |
Extensão | 183 p. |
Localização | 821.134.3(81) L771.03s 1983 |
Exemplares | 1 exemplar(es) |
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